terça-feira, 23 de outubro de 2012

estranha espiral no cosmos descoberta agora


Espiral cósmica surpreendente é descoberta pelo telescópio ALMA


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Com informações do ESO - 10/10/2012
Espiral cósmica surpreendente é descoberta pelo telescópio ALMA
É a primeira vez que astrônomos conseguem obter informação completa em três dimensões de uma espiral desta natureza. [Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)]
Espiral cósmica
Astrônomos descobriram uma estrutura em espiral totalmente inesperada na matéria que circunda a estrela R Sculptoris.
A estranha forma foi provavelmente criada por uma estrela companheira escondida, que orbita a gigante vermelha.
A descoberta foi possível graças ao ainda em construção Telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array).
Esta é a primeira vez que uma estrutura deste tipo, juntamente com uma concha esférica exterior, é encontrada em torno de uma estrela gigante vermelha.
É também a primeira vez que astrônomos conseguem obter informação completa em três dimensões de uma espiral desta natureza.
Ejeção de matéria
A estrutura em espiral no gás que rodeia a estrela gigante vermelha significa que existe provavelmente uma estrela companheira que orbita a estrela, mas que nunca foi vista anteriormente.
Os astrônomos ficaram igualmente surpreendidos ao descobrir que a gigante vermelha ejetou muito mais material do que o esperado.
"Já tínhamos visto anteriormente conchas em torno de estrelas deste tipo, mas esta é a primeira vez que vemos uma espiral de matéria saindo da estrela, juntamente com a concha circundante," diz o autor principal do artigo científico que descreve os resultados, Matthias Maercker (ESO e Universidade de Bonn, Alemanha).
Como ejetam grandes quantidades de matéria, gigantes vermelhas como a R Sculptoris contribuem muito para a poeira e gás que constituem a matéria-prima na formação de futuras gerações de estrelas e sistemas planetários.
"Quando observamos a estrela com o ALMA, nem metade das antenas estavam ainda operacionais. É realmente excitante imaginar o que a rede ALMA completa conseguirá observar quando estiver terminada em 2013", acrescenta Wouter Vlemmings (Universidade de Tecnologia Chalmers, Suécia), coautor do estudo.
Uma estrutura em espiral similar, mas sem a concha circundante, foi observada pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA na estrela LL Pegasi. No entanto, ao contrário das novas observações do ALMA, estes dados não permitiram que a estrutura 3D completa fosse estudada. As observações do Hubble detectam a poeira, enquanto as do ALMA detectam a emissão molecular.
Pulsações térmicas
No final das suas vidas, as estrelas com até oito massas solares transformam-se em gigantes vermelhas e liberam enormes quantidades de matéria sob a forma de um denso vento estelar.
Durante a fase de gigante vermelha, as estrelas sofrem periodicamente pulsações térmicas. Este fenômeno corresponde a fases de curta duração, em que se verificam explosões de combustão de hélio na concha que envolve o núcleo estelar.
Uma pulsação térmica faz com que a matéria seja expelida para fora da estrela a uma velocidade muito alta, o que origina a formação de uma grande concha de poeira e gás em torno da estrela. Depois da pulsação, a taxa com que a estrela perde massa volta ao seu valor normal.
As pulsações térmicas ocorrem com intervalo de 10 mil a 50 mil anos, durando apenas algumas centenas de anos. As novas observações de R Sculptoris mostram que esta estrela sofreu uma pulsação térmica há cerca de 1.800 anos, que durou cerca de 200 anos.
A estrela companheira moldou o vento da R Sculptoris em forma espiral.
"Num futuro próximo, observações de estrelas como R Sculptoris pelo ALMA nos ajudarão a compreender como é que os elementos de que somos constituídos chegaram a locais como a Terra, e também nos fornecerão pistas de como é que o futuro longínquo da nossa própria estrela poderá ser," conclui Matthias Maercker.
Gigante Vermelha
A R Sculptoris é um exemplo de uma estrela que se encontra no ramo assintótico das gigantes (AGB na sigla em inglês).
São estrelas com massas iniciais entre as 0,8 e 8 massas solares, que se encontram nos últimos estágios das suas vidas.
São gigantes vermelhas frias que apresentam acentuada perda de massa sob a forma de fortes ventos estelares e são tipicamente variáveis de longo período.
A sua estrutura consiste num pequeníssimo núcleo central de carbono e oxigênio, rodeado por uma concha em combustão de hélio e hidrogênio, seguida de um enorme envelope convectivo.
O Sol irá eventualmente evoluir para a fase de estrela AGB.
Depois da fase AGB, as estrelas de massa baixa e intermédia (0,8 - 8 massas solares) terminam seus dias dando origem a uma nebulosa planetária.
Estes objetos são os restos brilhantes do envelope estelar de gás ejetado durante a fase AGB, o qual é ionizado pela radiação ultravioleta emitida estrela central.
Muitas nebulosas planetárias têm morfologias extremamente complexas e variadas. Estrelas centrais binárias, discos estelares e campos magnéticos foram sugeridos como mecanismos que produzem tal variedade de formas.
Conchas estelares
A concha ejetada que se forma em torno das estrelas AGB é composta por gás e grãos de poeira.
Os grãos de poeira podem ser encontrados ao procurar emissão térmica, emissão esta que vai desde o infravermelho longínquo até aos comprimentos de onda do milímetro.
No milímetro a emissão que vem da molécula de CO permite aos astrônomos obter mapas de alta resolução da emissão de gás proveniente dos fortes ventos estelares gerados pelas estrelas AGB.
Estas observações traçam com alta precisão a distribuição do gás em torno destes objetos.
A alta sensibilidade do ALMA torna possível obter diretamente imagens da zona de condensação da poeira e da estrutura do material em torno das estrelas AGB, mostrando detalhes menores que 0,1 segundos de arco.
Bibliografia:

Unexpectedly large mass loss during the thermal pulse cycle of the red giant star R Sculptoris
M. Maercker, S. Mohamed, W.H.T. Vlemmings, S. Ramstedt, M.A.T. Groenewegen, E. Humphreys, F. Kerschbaum, M. Lindqvist, H. Olofsson, C. Paladini, M. Wittkowski, I. de Gregorio-Monsalvo, L.-A. Nyman
Nature
Vol.: Published online

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Russia vai reciclar antigos submarinos afundados


Ministro da Defesa vai tirar submarinos atômicos do fundo do mar

Içar e reciclar os submarinos К-27 e К-159 faz parte do projeto da Estratégia de Desenvolvimento da Zona Ártica da Federação Russa.
Ministro da Defesa vai tirar submarinos atômicos do fundo do mar
O K-159 afundou em 2003 no mar de Barents, quando o rebocavam para reciclagem. Foto: wikimedia.org
Dois submarinos atômicos afundados, o K-27 e o K-159 da Frota do Norte, serão içados e reciclados em terra. Segundo informações de uma fonte do Ministério da Defesa ao jornal “Izvéstia”, esse ponto foi incluído no projeto “Estratégia de Desenvolvimento da Zona Ártica da Federação Russa”.

Naufrágios

O submarino K-27 está no fundo do mar Cáspio desde 1980. O K-159 afundou em 2003 no mar de Barents, quando o rebocavam para reciclagem. O primeiro, numa profundidade de 75 m, não apresenta grandes dificuldades para içamento, mas a situação do segundo é mais complexa. Ninguém sabe com exatidão a profundidade em que se encontra, algo entre 170 m e 250 m.
“Foi examinado uma série de medidas para limpeza dos mares polares. Além dos submarinos afundados, será dada especial atenção à eliminação de resíduos perigosos de equipamentos militares deixados na Terra de Francisco José [arquipélago polar entre o mar de Barents e o oceano Glacial Ártico], nas ilhas de Novossibirsk, na ilha Beli etc.”, informou a fonte que preferiu não se identificar.

Outra fonte, do Estado Maior da Frota da Marinha, disse ao jornal “Izvéstia” que as forças e os recursos técnicos russos não são suficientes para operações de tamanha dimensão. Para erguer embarcações que se encontram a grandes profundidades são necessários navios especiais de apoio a mergulhadores, rebocadores, barcas e lanchas com sistema de guindaste. A experiência de içamento do Kursk 11 anos atrás mostrou que a Rússia não tem condições de garantir toda a parte técnica sozinha. Na época, os trabalhos básicos foram realizados pela empresa holandesa Mammoet.

“Até hoje não temos as embarcações necessárias. Logo após a tragédia do submarino Kursk, a Frota adquiriu da Grã-Bretanha cinco aparelhos Venom, que submergem a grandes profundidades sem piloto, e agora eles serão substituídos por três Gavia islandeses de tecnologia avançada. Eles conseguem realizar operações específicas com seu complexo de instrumentos hidráulicos, como brocas, perfuradores e serras, mas são aparelhos de busca e salvamento, não de içamento”, disse o entrevistado.

Ele explicou que a Frota da Marinha Russa praticamente não possui pessoal especializado para trabalhos em grandes profundidades. Por isso, será necessária a abertura de uma licitação internacional entre empresas especializadas dos EUA, Holanda, França e Coreia do Sul.

Um representante da holding Corporação Industrial Reunida considera que os requisitos de içamento do K-27 e do K-159 podem ser atendidos por uma série de empresas russas, inclusive pela Corporação de Construção Naval Reunida. “Porém, ninguém pode dizer o preço e o prazo de realização dos trabalhos sem saber os parâmetros da solicitação. Içar a embarcação inteira é uma coisa, serrá-la no fundo do mar e erguer as partes é outra”, explicou o representante da indústria da defesa.


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